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A hérnia de disco é um diagnóstico clínico muito comum, e é a principal causa cirúrgica de coluna na população adulta. Ocorre principalmente em pessoas que possuem maus hábitos posturais, predisposições, movimentos repetitivos, excesso de carga em certos movimentos da coluna, envelhecimento, sedentarismo, tabagismo e isso tudo associado à fraqueza dos músculos sustentadores da coluna. No entanto, ela ocorre em três etapas, e se for tratada de forma eficaz em algum desses estágios iniciais, seus efeitos podem ser reduzidos. Vamos entender melhor isso!

 

Musculação e hérnia de disco, entendendo a anatomia da coluna vertebral!

 

A coluna vertebral é composta por cerca de 33 vértebras, sendo divididas da seguinte forma: 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccígeas, esses dois últimos tipos fundidas, sem mobilidade. Todos esses tipos de vértebras possuem diferenciação de tamanho e forma, de acordo com a região em que estão localizadas. Por exemplo, as vértebras da região lombar são maiores e possuem o corpo vertebral maior que as outras, por sustentarem mais peso e por possuírem mais mobilidade.

Além das vértebras também existe os ligamentos de sustentação e proteção, limitando movimentos excessivos; medula espinhal que passa no interior de todas as vértebras, distribuindo raízes nervosas que passam por entre as vértebras e vão por todo o nosso corpo desempenhar seu papel; cartilagens e também o disco intervertebral, que se encontra sempre intermediando duas vértebras e é formado por um anel fibroso externamente, e o núcleo pulposo internamente.

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O anel fibroso é composto por tecido conjuntivo denso e fibrocartilagem, ele impede que o núcleo pulposo, apresentado na forma líquida de colágeno e ácido hialurônico, seja projetado para fora, mantendo-o em seu interior. Este disco intervertebral tem a função de separar uma vértebra da outra, amortecer e absorver impactos, suporte de cargas (este sendo desempenhado 75% pelo núcleo pulposo) e permitir a correta mobilidade.

 

Como acontece a hérnia de disco?

 

A hérnia discal, como o próprio nome já diz, acontece quando o desgaste gradativo do anel fibroso permite que o núcleo se lance para fora, entrando em contato e comprimindo o sistema nervoso, o que gera diversos sintomas desagradáveis que são irradiados nos segmentos nervosos abaixo da herniação.

 

Se a hérnia discal for em nível lombar, região mais comum pela grande mobilidade e carga, a sintomatologia pode ser sentida no segmento da herniação, em toda a região lombar e glútea, no posterior de pernas e coxas (ás vezes, predominante em apenas um lado) e muitas vezes até nos pés e dedos; pois normalmente afeta o nervo ciático e todo o seu trajeto.

Sintomas da hérnia de disco

 

Dor local e irradiada, dor à palpação, parestesia (formigamento), alterações de sensibilidade, bloqueios ou travamento em movimentos específicos, “falseios” em membros inferiores, “fisgadas”, câimbras, dificuldade de mobilidade e falta de força.

No entanto, os sintomas variam de pessoa para pessoa, de acordo com a sua individualidade, e dependendo também do nível da hérnia, da raiz nervosa que ela afeta e do plano que ela ocorreu (anterior, posterior ou lateral). Essa patologia pode iniciar silenciosamente, ou com uma pequena dor, mas é muito importante diagnosticá-la com antecedência.

Como comentei no início do artigo, de acordo com Vialle et. Al (2010), a hérnia de disco ocorre em três fases: protrusão, extrusão e sequestro. Protrusão é quando a base, que é de onde o núcleo está saindo do anel fibroso, é maior que a altura, que significa o quanto que o núcleo saiu do anel fibroso; ou seja, pouco líquido nucléico foi projetado para fora. Extrusão ocorre quando a altura é maior que a base, o núcleo está lançado mais para fora que a protrusão. E finalmente o sequestro, onde o núcleo está totalmente projetado para fora do anel fibroso, e os dois não possuem mais continuidade; neste caso está comprimindo bastante as raízes nervosas e gerando bastante sintomatologia.

 

Diagnóstico e tratamento da hérnia de disco

 

O diagnóstico da hérnia de disco se dá por exame físico, Raio X, Tomografia computadorizada ou Ressonância Magnética para verificar melhor as partes nervosas. Já o tratamento pode ser feito de formas variadas. A hérnia de disco, pode ser tratada conservadoramente em seus estágios iniciais, com medicação e fisioterapia. Já nos casos mais graves, é tratada cirurgicamente, com o objetivo de descomprimir as estruturas nervosas. A cirurgia é o último tratamento recomendado, por haver possibilidade de sequelas.

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Prevenção da hérnia de disco na musculação

É muito importante que a musculatura responsável pela estabilização da coluna esteja fortalecida, para a correta execução dos exercícios e para a prevenção de lesões. Aqui podemos citar o core, que é um termo utilizado para determinar a musculatura estabilizadora da coluna e pelve, sendo abdominais, oblíquos, eretores da espinha e multifídio (mais profundos), quadrado lombar, iliopsoas, psoas, sartório, pectíneo, reto femoral, glúteos, isquiotibiais, adutores, entre outros.

Algumas precauções que devem ser tomadas na academia:

Fique de olho na angulação da sua coluna nos exercícios: Flexão excessiva, rotações e inclinações associadas, juntamente com carga incorreta e sem fortalecimento adequado do core podem gerar lesões. O ideal é que ela esteja sempre neutra e sem sobrecarga;

Melhorar sua consciência corporal antes de fazer um exercício mais elaborado, para o melhor posicionamento da coluna;

Ajustar sempre o banco dos equipamentos, para que você esteja confortável e utilize a força correta, não sobrecarregando os discos ou anéis fibrosos;

Mantenha o abdome contraído em todos os exercícios que movimente a coluna, irá auxiliar na estabilização;

– Para exercícios livres e com carga elevada, utilize cinto estabilizador.

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Cuidados na musculação para quem já possui hérnia de disco

– É de extrema importância o fortalecimento do core, para corrigir a postura e impedir, estabilizar ou retornar o deslocamento discal. É importante focar, no início, na região lombar e abdominal. No treino do abdominal, como sua execução é a flexão da coluna, começar com pequena flexão. Depois, sentir a borda inferior da escápula em contato com o solo, por exemplo.

Agachamento e leg-press não são recomendado pela compressão que causa na coluna. Neste caso, apenas com o acompanhamento de um bom profissional de educação física para executá-los;

– Abolir exercícios que associem rotação e inclinação de coluna, e que proporcionem muito impacto;

– Precauções de movimentos para os diversos planos da hérnia lombar:

  • Hérnia posterior: evitar flexão excessiva da lombar, pois esse movimento projeta o disco ainda mais para fora.
  • Hérnia anterior: Evitar a extensão excessiva e com carga excessiva, que a projeta ainda mais à frente.
  • Hérnia lateral: Evitar inclinação de tronco, mas principalmente do lado contralateral à herniação.

– Mais os itens citados no subtítulo anterior.

 

Pôr em prática essas dicas e cuidados e ter um bom profissional para fazer seu treino, que planeje de acordo com suas necessidades e intercorrências, e que preze, além de um corpo bonito, saúde e qualidade de vida é fundamental para o sucesso do seu treinamento! Bons treinos.

 

REFERÊNCIA:

VIALLE, Luis Roberto; et. Al. Hérnia discal lombar. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbort/v45n1/v45n1a04.pdf>. Acesso em: 22 ago 2015.

 

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