Treino de musculação para quem tem condromalácia patelar, como ele deve ser?
A condromalácia patelar é um problema bastante comum, principalmente entre as mulheres. No geral, o tratamento dela envolve a prática de exercícios resistidos. Mas o treino de musculação para quem tem condromalácia patelar, deve ser individualidade e seguir algumas diretrizes.
A musculação para quem tem condromalácia, vai tornar a patela mais estável, evitando que ela “deslize” sobre estruturas ósseas e com isso, desgaste ainda mais a cartilagem.
Mas antes de falar sobre o treino de musculação para condromalácia patelar, temos de entender o que é esta patologia.
O que é condromalácia patelar?
Sendo composto por um grande número de inserções musculares, osso, cartilagem, ligamentos, cápsula e líquido sinovial, o joelho é um dos mecanismos mais complexos de todo o corpo humano. Neste sentido, a condromalácia patelar faz com que ocorra um amolecimento da cartilagem localizada no interior do joelho. Este amolecimento aflige a região côndilo-femoral.
A cartilagem que sofre esse amolecimento envolve a patela, que nada mais é do que é osso localizado no interior do joelho.
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A condromalácia patelar é conhecida cientificamente como a síndrome patelo-femoral, nome este dado devido à localização da lesão (entre patela e fêmur).
Devido ao fato de a cartilagem não estar saudável em quem apresenta esta condição, o joelho acaba ficando instável.
Com isso, um maior atrito é causado entre as superfícies ósseas, o que acaba gerando dores e fazendo um desagradável barulho durante os movimentos da perna.
Para se ter uma ideia de como esta condição é comum, ela é responsável por cerca de 25% das lesões no joelho. Outro ponto interessante a se ressaltar sobre a condromalácia patelar é o fato de ela ser mais comum entre as mulheres do que entre os homens.
Isso se deve devido ao fato de as mulheres diversas vezes terem o joelho ligeiramente para fora, por causa da postura e da composição corporal.
A condromalácia patelar apresenta cinco tipos diferentes no que diz respeito ao seu grau. Essa classificação influencia no tratamento e no prognóstico da lesão. Os graus são:
- Grau I: conhecido também como condromalácia incipiente. Grau onde há desgaste da porção mais externa da cartilagem. Mais comum em pacientes de 20 a 30 anos.
- Grau II: Neste grau o paciente apresenta pequenas erosões na cartilagem.
- Grau III: No Grau III há fissuras e erosões de maior profundidade. Ainda, pode haver algum edema no osso subcondral.
- Grau IV: Neste grau já ocorre a exposição do osso subjacente. Boa parte da cartilagem está deteriorada e o local apresenta uma grande inflamação.
- Grau V: Este grau é conhecido como artrose femoropatelar, pois apresenta sinais semelhantes à artrose. Ocorre em casos em que há deterioração completa da cartilagem e o indivíduo não consegue mais realizar o movimento.
Musculação para quem tem condromalácia? Ela é fundamental!
Quando falamos em práticas de exercícios físicos, um dos pontos mais importantes em todos os segmentos é o fortalecimento.
Se tratando do joelho e da condromalácia patelar, isso não é diferente.
O fortalecimento muscular é de suma importância não só pra quem tem como para quem não tem condromalácia patelar.
Uma região muscular fortalecida oferece muito mais estabilidade e consegue receber muito melhor o impacto que resulta da prática esportiva.
Se tratando do joelho, o fortalecimento auxilia no alívio da carga direta do impacto sobre o joelho, causando grande melhora nos casos de condromalácia patelar.
Um joelho estabilizado por músculos mais fortes, estará muito mais estabilizado e propício a receber impactos, evitando inúmeras lesões.
Uma das principais características da condromalácia é a crepitação, que pode ser causada pela baixa na produção de líquido sinovial para a articulação.
Neste sentido, o trabalho de fortalecimento, seja através da musculação ou até mesmo do pilates, aumenta a produção deste líquido lubrificante.
Com isso, os principais sintomas relacionados à dor e crepitação são amenizados através do fortalecimento desta região.
Treino de musculação para condromalácia patelar, como ele deve ser?
Evite cargas altas
Para os praticantes de musculação, o aumento de carga deve ser feito sempre de maneira cautelosa. Para indivíduos que apresentam a condromalácia patelar, é importante que o aumento de carga seja sempre suave e progressivo, para não agredir ainda mais a região do joelho.
Aumentar a carga de forma exagerada acarretará a evolução do quadro do paciente, além de aumentar o risco de outras lesões.
Eduque o Movimento
Executar os exercícios com o movimento correta é ponto fundamental para o tratamento da condromalácia patelar. O paciente deve efetuar os movimentos de maneira correta para que não sobrecarregue determinadas regiões e tenha uma piora em seu quadro. Por isso, educar o movimento para uma boa execução é um dos pontos iniciais a serem trabalhados no tratamento desta condição.
Fase excêntrica mais lenta e controlada
Geralmente, a condromalácia patelar está atrelada a baixa força excêntrica. Os músculos não conseguem “frear” o movimento e com isso, há mais impacto na cartilagem.
Usar a fase excêntrica dos movimentos, de forma lenta e controlada, é importantíssimo! Primeiramente, porque desta maneira, evitamos impactos desnecessários. Segundo, que iremos melhorar a força excêntrica, tão importante para quem tem este desgaste na cartilagem da patela.
Progressão de amplitude de movimento
No geral, o portador de condromalácia patelar, tem uma amplitude de movimento reduzida. Isso se dá pelos bloqueios de dor, que esta patologia gera. Por isso, é importante que a amplitude de movimento, vá sendo aumentada aos poucos.
Aumento da mobilidade/flexibilidade é fundamental
Não basta fortalecer. É importante que a mobilidade da articulação do quadril, joelhos e tornozelos, seja melhorada.
Também é importante trabalhar com a melhora da flexibilidade dos posteriores de coxa, glúteos, quadríceps e músculos da panturrilha.
O tratamento da condromalácia patelar, deve passar sempre pela musculação. Para isso, é muito importante que seja feito um trabalho individualizado, de acordo com suas necessidades.